por Michelle Veronese
Um dos vários grupos religiosos que surgiram por volta do século 1, os gnósticos afirmavam ter acesso a um conhecimento (do grego, gnosis) secreto que os levaria à salvação. Presentes em grandes centros, como Egito e Síria, acreditavam que todos os seres humanos possuíam uma centelha divina e, despertando esse pedacinho de Deus dentro de si, poderiam se reconectar a ele e ser salvos.
Os gnósticos diziam que o mundo material era imperfeito, porque havia sido criado por uma outra divindade, inferior a Deus. E não achavam necessário ter intermediários entre os homens e o mundo divino. Com o aparecimento de Jesus e o começo do estabelecimento do cristianismo, muitos gnósticos passaram a considerá-lo um mestre espiritual, enviado para revelar esses ensinamentos. Por isso, passaram a ser chamados de gnósticos cristãos.
Como suas idéias feriam os dogmas da Igreja, eles foram tachados de hereges e combatidos nos séculos 2 e 3. “O grande temor era que o cristianismo, influenciado pelo gnosticismo, se tornasse uma religião de idéias, de conhecimento intelectual, não sendo acompanhada por feitos práticos”, diz o teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás.
Evangelho Segundo Judas é exemplo do gnosticismo
Escrito há quase 1 700 anos numa língua praticamente desaparecida (o copta, falado no Egito dos primeiros séculos), o chamado Evangelho Segundo Judas pode ser a mais nova chave para compreender o pensamento gnóstico. Encontrado numa tumba próxima ao rio Nilo e traduzido recentemente pela National Geographic Foundation, o documento conta que o discípulo que dedurou Cristo aos romanos, na verdade, teria feito isso a pedido do próprio mestre. “Jesus pede que Judas o entregue logo, porque quer deixar a prisão que é o corpo dele. O conceito de que o corpo é uma prisão é profundamente gnóstico”, diz Schiavo. Em vez de traidor, Judas emerge como herói, o único apóstolo que sabia o destino de Jesus (um conhecimento secreto, mais uma idéia gnóstica), escolhido para a missão por ser o mais leal.
Fora da Bíblia
Evangelho de Maria
Os gnósticos cristãos podem ter escrito outros textos que não entraram no Novo Testamento, como o Evangelho de Maria, datado do século 2 ou 3. Lá, em vez de prostituta, Madalena é líder religiosa.
Evangelho de Felipe
Descoberto em 1945, perto de Nag Hammadi, no Egito, conta que Maria Madalena era a discípula favorita, a quem Jesus beija na boca.
Evangelho de Tomé
Também de Nag Hammadi, do século 2, traz uma coletânea de 114 “ditos secretos” atribuídos a Jesus.
Fonte:
http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/images/eucaristia10.jpg
http://historia.abril.com.br/religiao/quem-sao-gnosticos-434713.shtml
Gostei do texto alvo para um novo estudo de minha parte, vou ler mais sobre o assinto.
ResponderExcluira paz minha amada