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quinta-feira, 4 de junho de 2009

E se... Cuba abandonasse o comunismo?



Texto Alexandre Versignassi e Márcio Orsolini

A ilha teria grandes chances de virar o país que mais cresce no mundo, com uma população até mais rica que a dos EUA. Não é fantasia: o motor desse milagre econômico, a princípio, já existe. Em outubro de 2008, o país declarou ter descoberto reservas de petróleo equivalentes a 20 bilhões de barris nas águas ao norte do país. Isso dá mais ou menos um quinto da quantidade de óleo da nossa camada pré-sal – mas isso num país com população menor que a da Grande São Paulo (11,5 milhões de habitantes). Claro que essas reservas também poderiam enriquecer a Cuba comunista. Mas se a ilha abolir a ditadura e abraçar o capitalismo, a bonança viria mais rápido e poderia gerar um efeito cascata na economia. Primeiro porque uma mudança assim acabaria com o bloqueio comercial do EUA. Sem esse obstáculo, os cubanos teriam como importar tecnologia americana para explorar suas reservas (coisa que os todos os produtores de petróleo fazem). E mais importante: os EUA importam 10 milhões de barris de petróleo por dia, quase tudo do Oriente Médio. Mas Cuba, membre-se, fica ali ao lado, a 160 quilômetros de distância da Flórida. Bastaria, então, fazer oleodutos ligando a ilha ao território americano para que os EUA pudessem comprar óleo dos cubanos sem gastar quase nada em transporte. Agora junte os bilhões de dólares do petróleo a um mercado imobiliário virgem – Fidel, afinal, confiscou a propriedade privada em 1959 e esses imóveis e terras teriam de voltar a seus antigos donos (ou a seus decendentes). Estima-se que o valor de tudo isso seja US$ 50 bilhões. Mas seria só o começo. Esse monte de imóveis, terras e terrenos fariam nascer um mercado. Por exemplo: a grana do petróleo valorizaria os imóveis, já que vai ter muita gente com dinheiro para comprá-los. Imóveis valorizados fomentam a construção civil, pois novos prédios dão mais lucro em mercados aquecidos (é o que aconteceu na China e na Índia). E a construção gera empregos. Com mais empregos, mais consumo. Mais consumo, mais produção. Mais produção, mais empregos. E roda da economia giraria para valer. Bom, quando viesse a primeira crise, Fidel ficaria rindo no caixão. Mas aí é outra história...


CUBA LIBRE
Petróleo, etanol e boom imobiliário seriam combustível de uma revolução capitalista na ilha.

SHOW DO TRILHÃO
Se for confirmado que Cuba tem mesmo 20 bilhões de barris de petróleo em reservas, e, além disso, os EUA passarem a comprar de lá 1/3 do óleo que importam hoje, a ilha ganharia por volta de US$ 50 bilhões limpos a cada ano. Isso já dobraria o PIB de Cuba. Sozinho, o petróleo faria entrar mais de US$ 1 trilhão na economia local ao longo dos próximos anos.

ATÉ A ÚLTIMA PONTA
Com o fim do embargo americano, os charutos cubanos ficariam mais baratos nos EUA, e, por extensão, no resto do mundo– o que poderia lançar uma moda nada agradável para os não-fumantes. Além disso, o dinheiro extra do petróleo ajudaria a tirar a agricultura local do buraco. Só nos últimos 10 anos, a produção de alimentos caiu mais de 30%, por falta de máquinas e de uma boa estrutura de distribuição.

PAÍS FLEX
Terceiro maior produtor de etanol do mundo (atrás dos EUA e de nós), com 12 bilhões de litros por ano. É a metade da produção do Brasil, que tem um território 70 vezes maior. Eis o potencial de Cuba, que hoje mal produz álcool. Agora, que os EUA estão aumentando para 15% a quantidade obrigatória de etanol na gasolina, eles teriam um mercado de US$ 7 bilhões/ano – e seriam nosso maior concorrente.

BOOM IMOBILIÁRIO
A volta da propriedade privada seria a pólvora de uma explosão no preço dos imóveis. E o dinheiro do petróleo e do etanol serviria de pavio. Some isso ao fato de que Cuba tem praias de sonho ao lado dos EUA (além de um turismo que hoje já movimenta US$ 2 bilhões) e veremos Havana virar a Miami do futuro.

DE VOLTA PARA CASA
Uma ilha rica veria um retorno em massa da população cubana que hoje vive exilada nos EUA – são 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a 10% da população de Cuba, e que ganham em média US$ 38 mil por ano. Os laços afetivos desses cubanos-americanos com a ilha estimularia a chegada de mais investimentos, azeitando as engrenagens da economia.


Fonte: http://super.abril.uol.com.br/revista/265/materia_revista

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"Na busca da sabedoria, o primeiro estágio é calar, o segundo ouvir, o terceiro memorizar, o quarto praticar, o quinto ensinar."Rabi Salomon Ibn Gabirol (Século XI; Espanha)

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