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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nova teoria sugere que gripe suína originou-se na Ásia, e não no México

THE NEW TIME

Donald G. McNeil Jr.

Ao contrário da ideia popular de que a nova pandemia de gripe suína surgiu em fazendas no México, autoridades agrícolas federais dos Estados Unidos acreditam agora que é mais provável que a doença tenha emergido em porcos na Ásia, e depois migrado para a América do Norte em um ser humano.

Mas essas autoridades enfatizam que não há forma de provar essa teoria, e que só existem dados esparsos a sustentá-la.

Não há evidências de que este novo vírus, que combina genes eurasianos e norte-americanos, tenham em algum momento circulado entre os porcos da América do Norte, enquanto que há indícios fortíssimos de que um "vírus irmão", bastante relacionado ao da gripe suína, circulou na Ásia.

"O cenário mais provável é o do surgimento da doença em uma espécie de mamífero que se move livremente por todo o mundo", diz o médico Amy L. Vincent, especialista em gripe suína do laboratório do Departamento de Agricultura em Ames, no Estado de Iowa, referindo-se, é claro, aos seres humanos.

A primeira pessoa a trazer o vírus da gripe da Ásia para a América do Norte, supondo que isto é que tenha ocorrido, jamais foi encontrada e jamais será, porque o indivíduo deixa de ser portador do vírus ao melhorar da enfermidade.

O vírus altamente incomum - que inclui fragmentos genéticos de gripes norte-americanas humana, aviária e suína e de gripe suína eurasiana - não foi detectado em porcos, exceto em uma única criação no Canadá, cuja infecção foi detectada no final de abril.

Acredita-se que um carpinteiro que trabalhou na fazenda canadense após ter visitado o México infectou a criação. Mas, em meados de junho, agências de saúde canadenses afirmaram que a culpa não era dele. Toda a criação atingida foi sacrificada, e o vírus não foi mais encontrado em nenhuma outra região do Canadá, conforme ocorreria se a infecção fosse endêmica, já que laboratórios estadunidenses e canadenses testam milhares de amostras de vírus de gripe para ajudar a indústria da suinocultura a desenvolver vacinas.

Mas descobriu-se recentemente que uma amostra colhida de um porco de Hong Kong em 2004 continha um vírus quase que exatamente idêntico ao vírus da nova gripe. Aquela gripe possuía sete das oito sequências genômicas da nova gripe, conforme foi observado em um artigo da edição de 11 de junho da revista "Nature", que chamou o vírus de Hong Kong de um "vírus irmão" da atual gripe suína.

Os cientistas que rastreiam a linhagem do vírus reclamam de que existe pouquíssima vigilância global no que se refere à gripe em suínos.

Bancos de dados públicos contam com uma quantidade de sequências genéticas de gripes humanas e aviárias dez vezes maior do que a de gripes suínas, afirma Michael W. Shaw, cientista da divisão de gripe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. E há bem menos sequências genéticas de gripes suínas da Ásia do que da América do Norte e da Europa, e praticamente nenhuma da América do Sul ou da África. "Algo poderia estar se passando nessas regiões por um longo período, e nós não saberíamos", afirma Shaw.

Tradução: UOL

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