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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Não misturar Tarô e Religião

Giancarlo Kind Schmid


Costumo ressaltar com veemência a não mistura do tarô com religião. Muitos acreditam, devido ao sincretismo que vivemos em nosso país, que o tarólogo é um representante espírita, que com sua mediunidade consegue contatar os espíritos para realizar as revelações. Sou resistente nesse ponto, pois faço questão de não misturar os assuntos. Digo isso, pois ao nos depararmos com uma pergunta de teor espiritual, é automática a projeção (em cima do tarólogo) como um “mestre”, “guru” ou “bruxo”, quando em essência é apenas um leitor de símbolos.
Mesmo que possamos indicar possíveis magias ou problemas espirituais, nosso papel normalmente será o de aconselhadores, orientando o(a) consulente a procurar o tratamento ou preparo espiritual adequado, a não ser que o praticante tenha conhecimento para tal, auxiliando a pessoa nesse sentido; de qualquer modo, não é bom misturar as coisas.

“O Diabo” e “A Lua” normalmente são indicadores de magia. O problema é que a magia não se restringe apenas a “trabalhos espirituais ou amarrações”, há também as várias interferências mentais, vampirismos, obsessões diversas e influências radiestésicas nocivas dos ambientes. Logo, não podemos restringir-nos apenas a tais arcanos, voltando a ressaltar a importância do papel de cada arcano em cada plano, método e combinação com os demais. Ao longo desses 20 anos, detectei com freqüência que o surgimento de combinações entre os Imagem encaminhada pelo Autor
arcanos citados acima, normalmente são indicadores de interferências espirituais (quando lidos no plano da pergunta pertinente). O “Mago” já tem a fama de ser o arcano da conexão entre o plano material e espiritual, e ganhou fama de magista a partir do século XVIII (antes carregava o título de prestidigitador ou ilusionista); já o “Diabo”, por influência cristã, é visto como o “senhor da maldade” e não raro é associado (no plano espiritual) com manipulações espirituais ou psíquicas e ainda, com feitiçaria; já a “Lua”, essa pobre coitada mal compreendida, vem sendo associada à obsessões espirituais, ocultismo, magias mais pesadas e forças invisíveis inimigas.
No grupo dos Menores, a Rainha de Paus está associada às “feiticeiras” (o naipe de Paus está associado à espiritualidade). No Rider Waite ela está acompanhada do gato preto, animal diretamente vinculado (desde a Idade Média) à bruxaria e pactos demoníacos (pela lógica, o Rei de Paus passa a ser o representante masculino). Claro, isso não significa que toda vez que os mesmos aparecem irá indicar isso; devemos ficar atentos ao conjunto da leitura. Muito particularmente interpreto o “07 de Copas” como “interferências astrais”, e o 08 de Espadas, como sinal de “amarração”. Mas, tudo vai do contexto, pergunta e combinações diversas. Um exemplo, um “Diabo com 08 de Espadas” pode indicar “amarração espiritual” a qual não se aplica se lermos a combinação “Sol com 08 de Espadas”.
Não existe uma regra fixa, alguns tarólogos podem encontrar em outras combinações e arcanos relações com o magismo, de acordo com suas experiências e constatações.

julho.09
Contato com o autor:
Giancarlo Kind Schmid: www.taroterapia.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores

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"Na busca da sabedoria, o primeiro estágio é calar, o segundo ouvir, o terceiro memorizar, o quarto praticar, o quinto ensinar."Rabi Salomon Ibn Gabirol (Século XI; Espanha)

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