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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Força vinda do oriente - os Mantras::Lucia H. Corá




Força vinda do oriente - os Mantras

O interesse pela sabedoria do oriente, que milhares de pessoas do ocidente agora demonstram, é genuíno e não desprovido de reverência. Ao contrário de seus antecessores e antepassados, eles não menosprezam o que é misterioso, simplesmente por não estar de acordo com as categorias do pensamento científico ocidental. Esta mudança de atitude merece e recebeu uma calorosa resposta, pois até os mais conservadores guardiões das tradições orientais estão inclinados a abrandar o rigor das antigas salvaguardas, devido à compaixão por aqueles que o desejo de sabedoria é sincero, e que se acham impossibilitados de viajar para longe de seu chão a fim de sentar-se aos pés de sábios durante anos.

Da Índia muitos ensinamentos nos vêm, dentre eles os mantras. Mantra do prefixo Sânscrito "MAN" (mente) e o sufixo "TRA" (ferramenta) é literalmente a ciência de usar as vibrações do som, audíveis e inaudíveis, para promover mudanças físicas e psicológicas.

O mantra é uma invocação, contendo uma sílaba sagrada ou um conjunto delas. É uma combinação de sílabas ou sons divinos que quando cantada com um ritmo específico, com sinceridade de devoção e pureza de pensamento e ação, e preferivelmente com uma acuidade fonética e gramatical, além de fé, devoção e emoção, na maneira prescrita pelas escrituras dos Vedas ou alguma outra, invoca uma divindade específica e a coloca a serviço do invocador para que ele conquiste seus fins desejados.

No hinduismo acredita-se que se um mantra é pronunciado corretamente, a divindade não tem outra escolha senão a de ajudar o invocador.

Quando se inicia na prática de cantar, de maneira regular, um mantra para uma divindade específica, a distância para com a divindade respectiva começa a diminuir criando uma ligação sutil entre os dois (invocador/divindade). Quando num ritual complicado, uma ou mais entidades são convocadas por meio de mantras, seu canto produz vibrações na atmosfera que despertam as divindades e facilitam suas descidas para o local da veneração. O som que é gerado pelo canto do mantra é muito importante, mas normalmente é acompanhado pelos tantras e yantras apropriados.

Acredita-se que está escondido nos mantras a energia, de forma latente, de uma divindade específica, e que se torna ativa no momento em que o mantra é pronunciado de maneira correta como prescrita pelos shastras. A divindade se desperta somente se a vibração gerada pelo mantra estiver em sua freqüência básica.

Nos Vedas fala-se que "a fala é a essência da humanidade". Tudo o que a humanidade pensa e consequentemente se torna, é determinado pela expressão das idéias e ações através da fala e sua derivação, a escrita.

Nas principais práticas védicas assim como na maioria das técnicas budistas e no hinduismo clássico, o mantra é visto como uma necessidade para o avanço espiritual e conquistas mais elevadas. Como o Dalai Lama já afirmou que sem o mantra o Budato não pode ser alcançado.

Bija: forma plural do singular "Bijam" (sânscrito) e significa semente. Estes são sons que não possuem uma tradução direta, mas que contêm um grande poder que brota do "mantra semente".

Por exemplo, o mantra "Shrim" é o som semente para o princípio da abundância (a Divindade Lakshmi, no Panteão Hindu). Se repetirmos "shrim" uma centena de vezes, alcança-se certo aumento de sua potencialidade. Se você o pronuncia mil vezes, certamente seus efeitos serão proporcionalmente maiores.

O mantra mais conhecido do budismo tibetano é Om Mani Padme Hum (os tibetanos pronunciam Om Mani Peme Hum), associado ao bodhisattva da compaixão, Avalokiteshvara. Nesse mantra, a sílaba Om representa a presença física de todos os buddhas. A palavra sânscrita Mani, jóia, simboliza a jóia da compaixão de Avalokiteshvara, capaz de realizar todos os desejos. A palavra Padme significa lótus, a bela flor que nasce no lodo; do mesmo modo, devemos superar o lodo das negatividades e desabrochar as qualidades positivas. A sílaba Hum, representando a mente iluminada, encerra o mantra.

Pode-se recitar mantras nos momentos em que sentimos necessidade de nos conectar com as qualidades das quais eles falam: alívio, calma, alegria, amparo, ânimo. Não custa tentar. Afinal, o mínimo que a prática poderá fazer é deixá-lo mais tranqüilo e concentrado.

SHANTI SHANTI SHANTI

Texto revisado por Cris

por Lucia H. Corá - luciahcora@hotmail.com
Lúcia H. Corá, Terapeuta Holística, Aromatologista, Mestre Reiki, Mestre Magnified Healing, Radiestesista.
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E-mail: luciahcora@hotmail.com
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3 comentários:

  1. De fato, uma coisa é certa a respeito dos mantras:

    A mente aprende por repetição.

    Neste critério, a repetição em monólogo de células fonéticas milenares colocam em pulsação as nossas próprias células biológicas.

    Penso todavia, que não se deve fazer tanto alarde "miraculoso" de ser ou não praticante de mantras. No ocidente, ao contrário do postulado no texto, temos mantras. Sao invocações cabalísticas judaicas, canticos religiosos e a própria ladainha do terço católico.

    Dependerá da pessoa e dos seus pensamentos, a conexão que será alcançada.

    Milhões de pessoas praticam mantras. Mas a exemplo de tantas outras técnicas, a estatística de sucesso varia, nem sempre a favor dos praticantes.

    Penso que a exemplo da metodologia cabalística, que eles se conectam melhor a algumas pessoas do que a outras... porque a nossa identidade pessoal influi nos resultados. Há portas de acréscimo ou perdas em tudo no universo... prova-se isto, na Cabala com números. O que é bom para uma pessoa, pode ser a destruição de outra.

    Tudo o que é "igual para todos" cria paradoxos insuperáveis. Se o planeta inteiro fosse frio, não teríamos a Amazônia... se ele fosse a Amazõnia, não teríamos pinguins.

    Não descrendo das práticas, mas ao mesmo tempo, enfatizando o seu elo com a individualidade, ou como quiser dizer, o "aspecto científico" da questão, fato é que se o mantra fosse o que diz ser, todo praticante de Lakshmi (deusa da fortuna) seria um bilionário. Não ocorre assim... e nem ocorre que todos os que buscam a iluminação a encontrem da mesma maneira ou tempo de busca.

    Acredito que chegamos a um ponto onde precisamos, efetivamente, definir o valor das palavras, e não apenas recitá-las como meros marionetes dos deuses.

    Neste ensejo, praticar mantras, recitar orações, ou praticar canticos gregorianos, se situa no mesmo patamar. Alguns sobem a cordilheira e se destacam, liberam poderes místicos e atingem estados supremos da alma. A maioria, todavia, repete o credo por crer em uma "varinha de condão", o fazem acreditando que a magia está no meio, não na essência do processo.

    A magia está em crer... e isto é algo que está muito longe de ser explicado cientificamente.

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  2. Os mantras serão uma espécie de técnica de concentração? Por aquilo que entendi do texto e do pouco que li acerca do assunto, serão uma espécie de aprendizagem pela repetição, ou uma forma de conseguir um certo estado de concentração através da voz.

    Beijos
    Luísa

    PS: Deusa, vou colocar este link lá no JustFor.

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  3. Saudações!
    Amiga,
    Excelente Post!
    Penso que o aspirante a candidato, além de fazer a aplicação correta dos mantras deve fazer uso da lei maior...Ter FÉ em DEUS!
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

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"Na busca da sabedoria, o primeiro estágio é calar, o segundo ouvir, o terceiro memorizar, o quarto praticar, o quinto ensinar."Rabi Salomon Ibn Gabirol (Século XI; Espanha)

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